Thursday, May 28, 2009

Dia da Liberdade de Impostos será comemorado em 25 de maio

Dia da Liberdade de Impostos será comemorado em 25 de maio

A data representa o dia em que o cidadão tem de trabalhar 4 meses e 27 dias somente para pagar toda esta carga tributária
Texto: Rodrigo Samy
Fotos: Divulgação

(22-05-09) - O Dia da Liberdade de Impostos ou o "Tax Freedom Day" será comemorado no dia 25 de maio de 2009. A data representa o dia do ano em que o cidadão estaria livre dos tributos, proporcionalmente a carga tributária paga em relação ao PIB anual.

“A comemoração serve para termos uma ideia da interferência governamental em nossas vidas, o tamanho da carga que temos de suportar em termos de impostos”, explica Guilherme Reischl, vice-presidente do Instituto Liberdade.

O tamanho da mordida será representado de diversas formas no comércio dos municípios de Porto Alegre e Novo Hamburgo. Na próxima segunda-feira o contribuinte poderá abastecer o automóvel com a gasolina custando R$ 1,25. O ‘protesto’ será feito no posto Firense em Porto Alegre.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o preço do litro da gasolina vendida ao consumidor no Brasil é de R$ 2,5. Como o objetivo é mostrar o tanto que se paga de imposto em um produto, serão distribuídas senhas e haverá um limite de 20 litros por veículo. O estabelecimento estabeleceu 5 mil litros para o dia da liberdade fiscal.


Como o consumidor não arcará com os tributos, quem pagará será a Associação da Classe Média (Aclame), Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e Instituto Liberdade com o apoio da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul).

Na primeira tabela, a Petrobras mostra a quantidade de impostos embutida no combustível nacional. Repare que o brasileiro compra um dos litros mais caros do mundo, graças à quantidade de impostos. Apesar de o levantamento ter sido feito no ano passado, dá para se ter uma ideia da discrepância. Porém, o grande vilão dos impostos aparece na segunda tabela. O ICMS está representado em 29% no preço da gasolina. O PIS e Confins ficam responsáveis por mais 14%. Os cálculos são baseados no valor médio do combustível no Brasil.

Em Novo Hamburgo também haverá o dia para conscientizar a população sobre o imposto embutido em cada produto. A iniciativa é promovida Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, Aclame e Fiergs. Entre as atividades estão: caminhada pela conscientização, a "corrida maluca" dos impostos, a comercialização de combustível e medicamentos sem tributos embutidos.

Em Novo Hamburgo quem oferecerá 3.150 litros de gasolina sem tributos, no dia 25, será o Posto Ipiranga Santa Helena. Lá serão distribuídas 150 senhas de 20 litros cada, por carro, e 30 senhas de cinco litros por moto, ao valor de R$ 1,25 o litro.

Como funciona o cálculo?

De acordo com Fernando Steinbruch, advogado tributarista, consultor de empresas e diretor do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), o contribuinte brasileiro trabalha até o dia 27 de maio, somente para pagar os tributos (impostos, taxas e contribuições) exigidos pelos governos federal, estadual e municipal. A tributação incidente sobre os rendimentos é formada principalmente pelo Imposto de Renda Pessoa Física, pela contribuição previdenciária (INSS, previdências oficiais) e pelas contribuições sindicais.

Além disso, o cidadão paga a tributação sobre o consumo – já inclusa no preço dos produtos e serviços – (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS etc) e também a tributação sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR). Arca ainda com outras tributações, como taxas de limpeza pública e coleta de lixo.

Steinbruch explica que: em 2003, do seu rendimento bruto o contribuinte brasileiro teve que destinar em média 36,98% para pagar a tributação sobre os rendimentos, consumo, patrimônio e outros. Em 2004 comprometeu 37,81%, em 2005 destinou 38,35%, em 2006 destinou 39,72%, em 2007 comprometeu 40,01%, em 2008 destinou 40,51% e em 2009 comprometerá 40,01% do seu rendimento bruto. “Assim, no ano em curso, dos 12 meses do ano, o cidadão tem que trabalhar 4 meses e 27 dias somente para pagar toda esta carga tributária”, acrescentou o advogado tributarista.

Conheça o imposto pago em alguns produtos

GASOLINA - 53,03% de impostos - Preço médio R$ 2,60 – sem impostos custaria R$1,22.

TRANSPORTE PÚBLICO - 33,75% de impostos - Preço médio R$ 2,30 – sem impostos custaria R$ 1,52.

CARRO - 38,66% de impostos - Preço médio R$ 22 mil – sem impostos custaria R$ 13.494,80.

GÁS DE COZINHA - 34,04% de impostos - Preço médio R$ 32,00 – sem impostos custaria R$ 21,10.

Quanto custam carros brasileiros no México

Lá fora - Veja quanto custam carros brasileiros no México

Além do preço mais baixo, modelos também trazem opções que não são oferecidas aos brasileiros, como transmissão automática
Texto: Gustavo Henrique Ruffo
Fotos: Divulgação

(26-05-09) - Que o Brasil tem carros caros demais é algo todo mundo sabe. Que boa parte da culpa é dos impostos, foi algo que o Dia da Liberdade de Impostos tentou mostrar. Fez isso ao oferecer alguns produtos, como a gasolina, a um preço equivalente ao que seria cobrado se não houvesse nenhum tipo de cobrança extra. E é aí que aparece um outro vilão da história: taxas de lucro altas. Afinal, gasolina a R$ 1,25 pode parecer pouco, mas é mais do que alguns países cobram. Para mostrar que realmente tem algo de errado nessa história, o WebMotors dará início à série de reportagens “Lá fora”, que pretende mostrar, toda terça-feira, quanto custam em outros países carros nacionais. O primeiro país que visitaremos será o México. Além dos preços mais baixos, surpreende a oferta de itens que poderiam ser facilmente vendidos no Brasil, mas que só estão disponíveis no exterior.

O caso do Renault Logan é emblemático. Se você acha baixo seu preço básico, de R$ 27,89 mil, deveria ver por quanto é vendido o Nissan Aprio, o nome que o Logan recebe lá no México, sob o emblema da marca japonesa. Lá, o carro começa nos 101,7 mil pesos, ou R$ 15.634, ao câmbio de hoje. A questão é que esse preço não é para o carro com motor 1-litro, peladinho, mas sim pelo carro com motor 1,6-litro 16V, que nem aparece mais entre as opções do modelo nacional. Por aqui, o máximo é o 1,6-litro 8V. A partir de R$ 32,12 mil. Mais do que o dobro. Mas fica pior...

Lá no México o Logan/Aprio, ou vice-versa, também é vendido com a opção de um câmbio automático de quatro marchas. O modelo mais completo, com ar, direção, rádio com MP3 e câmbio automático custa 150,8 mil pesos, ou R$ 23.181. Nem vale a pena falar quanto mesmo carro custa por aqui.

Outro modelo baratinho no Brasil é o Chevrolet Classic, o antigo Corsa Sedan. Baratinho? O modelo 2010 VHCE sai a partir de R$ 25.379. No México, um parente do Classic, chamado de Chevy Sedan, sai por 108.576 pesos, ou R$ 16.691. Mas não pense você que ele vem com o mesmo motor 1-litro do Classic, não. Lá ele usa o velho 1,6-litro da Chevrolet e vem com toca-CD pronto para MP3. E também tem opção com câmbio automático. Custa 135,95 mil pesos, ou R$ 20.899.

Poderíamos dar um desconto ao caso porque o Classic é atualmente feito na Argentina. Apesar de vendido aqui como nacional, ele é estrangeiro... Então fiquemos com a Chevrolet Montana, vendida no México como Tornado. Lá, ela começa em 130,83 mil pesos e vai a 163,83 mil pesos. Se fosse no Brasil, a picape custaria de R$ 20.111 a R$ 25.184. Mas eis que ela, fabricada aqui, e com o mesmo motor 1,8-litro oferecido no México, começa nos R$ 45.086... Quase daria para comprar duas Tornado das mais equipadas no país “hermano".

E se a escolha recaísse sobre um modelo mais sofisticado? O antigo Renault Clio Sedan, vendido no México como Nissan Platina, custa de 104,7 mil pesos, ou R$ 16.095, a 158 mil pesos, ou R$ 24.288. Por aqui, o Symbol, equivalente ao Clio Sedan em preço, sai a partir de R$ 41,19 mil.

Nomes diferentes

Outra empresa que muda os nomes de seus produtos para vendê-los no México é a Volkswagen. Por lá, o VW Fox se chama Lupo, nome do modelo que o sucederá na Europa. Custa de 120,16 mil pesos a 168.926 pesos, ou R$ 18.471 a R$ 25.968. Isso só com motor 1,6-litro. O mais caro vem com rádio com MP3 e Bluetooth, ar, direção, travas... O Fox mais barato, no Brasil, custa a partir de R$ 29.075.

Até o velho Gol G4 está no México. Lá, ele se chama Pointer. Só é vendido com motor 1,8-litro. Custa de 106,05 mil pesos a 136.019 pesos, ou o “absurdo” de R$ 16.302 a R$ 20.909. Menos mal que a Volkswagen pelo menos não oferece no México uma transmissão automática. Lá, fora o motor 1,8-litro, o que é vendido também pode ser comprado por aqui. Para comprar o G4 1-litro sem nada, o brasileiro para R$ 24,63 mil.

O campeão do preço alto, no país do norte, é o Ford Fiesta, chamado aqui de Fiesta Sedan. A versão de entrada, chamada First, só vem com motor 1,6-litro. Custa 123,2 mil pesos, ou R$ 18.939. A mais cara, a Trend, sai por 171,4 mil pesos, ou R$ 26.348. O 1-litro, aqui, começa em R$ 32.055. Detalhe: no México, o Fiesta é oferecido com a opção de câmbio automático. Por aqui, PPDs e taxistas adorariam a opção. Mas não têm. Por quê? Pergunta para a Ford...

Por fim, a VW vende o Voyage no México como Gol Sedan. Seu valor mais alto no México, com motor 1,6-litro e todos os equipamentos, é de 154.951 pesos, ou R$23.819. Aqui, o 1-litro, sem nada, parte de R$ 29,29 mil.

A pergunta que fica, e que vamos tentar responder no final desta série, é a seguinte: faz sentido um carro fabricado no Brasil custar mais barato fora do país do que aqui? Se faz ou não, é a mais pura verdade.

Gosta de carros de bom preço?

Então veja aqui no WebMotors a oferta dos modelos mais baratos do Brasil:

Fiat Mille

Ford Fiesta

VW Gol 1.0

Fiat Palio 1.0

Chevrolet Celta 1.0