Gabriel
Eu havia escrito um pequeno resumo do Cur Deus Homo e vou transcrevê-lo aqui.
Por que Deus-Homem? (Cur Deus Homo?)
1. Definição de Pecado
De acordo com Santo Anselmo, o pecado consiste em não dar a Deus aquilo que lhe é devido. Ora, ao não dar a Deus aquilo que lhe é devido, peca o homem e entra em débito para com Deus. Assim também o homem que ofende a outrem, passa a ter uma dívida moral para com o ofendido.
Como restituir essa dívida? No caso da ofensa, vemos que o ofensor deve sempre devolver ao ofendido algo que lhe agrade mais do que lhe desagradou a ofensa. Em Deus, o mesmo se dá.
Entretanto, não basta ao homem voltar a dar a Deus aquilo que lhe é devido. Uma vez feita a ofensa, é preciso algo maior do que ela para compensá-la.
Ora, mas quando peca, o homem caí em divida infinita para com Deus. Mas por que é que a dívida é infinita?
2. Divida infinita
Deus é "O Ser perfeitissimo do qual não se pode pensar nada maior", diz-nos o argumento ontológico, prova apodítica da existência de divina. Ora, dar a Deus o que lhe é devido nada mais é que reconhecer em processão intelectual e volativa de sua perfeição absoluta. É reconhecer a infinitude do Criador.
Ao não dar ao Criador aquilo que lhe é devido, o homem passa a entrar em saldo negativo para com Ele.
Alguém poderá perguntar: e se o homem arrepender-se e retornar ao caminho da retidão, dando ao Ato Puro aquilo que lhe é devido? Eu respondo: Nada acontece a tal homem, uma vez que ele apenas voltaria a fazer a sua obrigação, que é reconhecer ao Bem absoluto. O débito não se anula com isso. Por isso, qualquer pecado separa em absoluto o homem de Deus.
Por que Deus-Homem? (Cur Deus Homo?)
1. Definição de Pecado
De acordo com Santo Anselmo, o pecado consiste em não dar a Deus aquilo que lhe é devido. Ora, ao não dar a Deus aquilo que lhe é devido, peca o homem e entra em débito para com Deus. Assim também o homem que ofende a outrem, passa a ter uma dívida moral para com o ofendido.
Como restituir essa dívida? No caso da ofensa, vemos que o ofensor deve sempre devolver ao ofendido algo que lhe agrade mais do que lhe desagradou a ofensa. Em Deus, o mesmo se dá.
Entretanto, não basta ao homem voltar a dar a Deus aquilo que lhe é devido. Uma vez feita a ofensa, é preciso algo maior do que ela para compensá-la.
Ora, mas quando peca, o homem caí em divida infinita para com Deus. Mas por que é que a dívida é infinita?
2. Divida infinita
Deus é "O Ser perfeitissimo do qual não se pode pensar nada maior", diz-nos o argumento ontológico, prova apodítica da existência de divina. Ora, dar a Deus o que lhe é devido nada mais é que reconhecer em processão intelectual e volativa de sua perfeição absoluta. É reconhecer a infinitude do Criador.
Ao não dar ao Criador aquilo que lhe é devido, o homem passa a entrar em saldo negativo para com Ele.
Alguém poderá perguntar: e se o homem arrepender-se e retornar ao caminho da retidão, dando ao Ato Puro aquilo que lhe é devido? Eu respondo: Nada acontece a tal homem, uma vez que ele apenas voltaria a fazer a sua obrigação, que é reconhecer ao Bem absoluto. O débito não se anula com isso. Por isso, qualquer pecado separa em absoluto o homem de Deus.
Ora, se dando a Deus aquilo que lhe é devido, o pecado do homem, mesmo que sendo um só, ainda não é sanado, logo, tem-se que o homem deveria dar mais à Deus do que aquilo que lhe é devido. Ora, isso é impossível, uma vez que, para dar a Deus mais do que ele merece, seria necessário dar à perfeição aquilo que é mais que perfeito, e à bondade, aquilo que é mais que bom. Ora, sendo Deus absoluto, não pode haver algo que seja maior que ele.
Portanto, é IMPOSSÍVEL para o homem quitar sua dívida com o criador.
3. A única saída
Ora, a Bíblia afirma que Deus amou o mundo e, por isso, fez-se homem e morreu por todos, cancelando, assim, os efeitos condenatórios do pecado adâmico sobre toda a humanidade.
Com a impossibilidade do homem voltar ao estado original, Deus poderia largá-lo num canto do Universo, um dos muitos mundos, abandonando-os ao seu próprio fim. Entretanto, isso não seria demonstrar amor à sua criatura, o que é o oposto que a Bíblia nos diz.
Para solucionar o dilema em que a humanidade, com Adão, entrou, é necessário, como vimos, quitar a dívida para com Deus. Entretanto, essa dívida tem valor infinito, e o homem não pode pagar por isso, uma vez que é um ser finito. Portanto, somente um Ser Infinito poderia cancelar a dívida do homem. Ora, pelas vias tomistas, pelo argumento ontológico, e pela Bíblia, sabemos que só há um ser infinito, que é Deus. Portanto, só Deus poderia resgatar o homem de seu estado pecaminoso.
Entretanto, não bastaria que Deus simplesmente resgatasse. Quem fez a dívida foi o homem e, portanto, é o homem que deve quitá-la.
Dessa forma, somente um ser poderia por sobre a terra o peso que Adão trouxe-nos: O DEUS-HOMEM, isto é, o Verbo Divino, Sabedoria de Deus, que transforma-se em perfeito varão, valendo-se de ser 100% Deus e 100% Homem para, justamente, lógicamente e amorosamente, redimir toda a humanidade.
4. A Impossibilidade do Pai em recompensar o Filho
Diz nos Santo Anselmo:
"Se, porém, o Filho de Deus oferecer espontaneamente a Deus um dom tão grande assim, não é justo que fique sem retribuição. Mas o que se lhe dará que como Deus já não o tivesse, ou o que se lhe perdoará, se nada devia? Antes que o Filho oferecesse sua vida ao Pai, tudo o que era do Pai também era seu, e nunca deveu nada que pudesse ter que lhe ser perdoado.
Vê-se, assim, por um lado, a necessidade de ser recompensado,e por outro, a impossibilidade de se o fazer.
Mas se o Filho quisesse o que a si é devido, dá-lo a outrem, poderia o Pai proibir-lhO?
Mas a quem mais convenientemente atribuiria o fruto e a retribuição de sua morte senão àqueles por quem se fêz homem para os salvar e aos quais morrendo deu o exemplo de morrer pela justiça? Inutilmente seriam seus imitadores, se não pudessem ser partícipes de seus méritos.
E depois, diz-nos o mesmo Anselmo:
Nada mais racional, nada mais doce, nada mais desejável o mundo jamais poderá ouvir. É evidente que Deus jamais rejeitará a nenhum homem que dele (Cristo) se aproxime sob a tutela de seu nome. Verdadeiramente quem sobre este fundamento edifica, está alicerçado sobre uma rocha firme.
Quem poderá conceber uma misericórdia maior do que o pecador, condenado ao eterno tormento, sem ter como redimir-se, ao qual Deus Pai se dirige e lhe diz:
"Aceita o meu Filho Unigênito,
e ele te redimirá?"
E o próprio Filho:
"Toma-me contigo,
e redime-te?"
Pois é de fato isto o que dizem, quando nos chamam à fé cristã e a ela nos trazem.
Dessa forma, fica demonstrado o motivo da necessidade do Deus-Homem para redimir toda a humanidade.
5. Sumário
Vimos hoje que, a partir do momento que o homem pecou, ficou em divida para com Deus. Ora, a dívida não pode ser paga simplesmente voltando a dar aquilo que é devido a Deus, pois estariamos tão somente fazendo nossa obrigação e não pagando pelo erro feito.
Ora, mas dar a Deus mais do que aquilo que lhe é devido é impossível, pois equivaleria dizer a dar ao infinito mais do que o próprio infinito, e dar à perfeição mais do que a própria perfeição. Portanto, ao homem isso está totalmente fora de questão e um homem perfeito, que seja somente homem, nada poderia fazer por toda a humanidade, mas somente a si próprio.
Ora, por isso, nossa divida com Deus é infinita. Mas se ela é infinita, somente algo infinito poderia quitá-la. Por isso a necessidade do Deus Homem - 100% Deus e 100 Homem perfeito, exatamente como na Bíblia.
Amplexos a todos,
In corde Jesu, semper,
Gabriel.
Extraído originalmente de um artigo que escrevi ao GMJ - Grupo Missionário de Jovens, de Pouso Alegre.
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=
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