Sunday, August 31, 2008

Independentes e Dependentes

Independentes e Dependentes


Ainda hoje é possível ouvir da boca de um professor de ensino médio no Brasil a expressão "Império Informal". Ela é atribuída a uma teoria que rondou os meios acadêmicos da década de 1960, segundo a qual, o Brasil pós 1808 se tornou um "Império Informal" inglês. Às vezes penso que esse era o necessário ad animum dos intelectuais (se assim se pode chamar, já que a teoria de verdadeira só tem intenção) da esquerda brasileira, que não viam outra forma para desabafar o ódio guardado pela situação política em que se encontrava o país. E o maneirismo que encontraram foi esse: "romper com o verdadeiro e ter a liberdade de inventar". No caso do Maneirismo de Miguel Angel, com tendência ao diferente e belo, foi um sucesso. Mas na arte não há mentiras, o diferente é somente diferente. E história se faz com documentos primários, e essa tentativa de revisionismo bem comum da história crítica ou propriamente de historiadores de esquerda, não deu certo. Aliás, dar certo nesse caso seria uma mentira se passar por verdade. E não passou. O Brasil nunca se tornou uma colônia indireta do Reino Unido.

Os britânicos barravam a entrada do açúcar brasileiro em seu mercado, compravam a maior parte do algodão dos Estados Unidos (depois de 1815) e bebiam muito pouco café. Embora tenham alguns cidadãos britânicos lucrado bastante com o café brasileiro, não foram eles que criaram esse lucrativo negócio de exportação, assim como não foram essenciais para a sua continuidade. Nós brasileiros tampouco éramos dependentes das importações provenientes da Grã-Bretanha; com o dinheiro recebido de nossas importações para os Estados Unidos e para Europa continental, comprávamos os manufaturados naquele país porque era lá que se conseguia os melhores preços. Simples assim. A vantagem tarifária imposta durante os anos 1808-1844, esteve longe de ser suficiente para transformar o Brasil num domínio britânico.

Em resumo, as pessoas que lutaram pela liberdade no Brasil não foram marionetes manipuladas por uma potência estrangeira, e todas aquelas estórias que insistem em repetir, não somente a nível colegial e sim, também, universitário, ao que mais parece é vestígio daquilo que foi um orgasmo retraído da esquerda pós período militar brasileiro.

Monarquia a Preço de Banana.

Monarquia a preço de banana.

Claro, dependendo do ponto de vista, sim, a Monarquia hoje é barata. E tendo como objeto de análise a República Federativa Brasileira, veríamos que o título que escolhi não seria em nada um exagero.

Apesar de nosso presidente acarretar os papéis de Chefe de Governo e Estado - ao contrário de um Monarca que é somente Chefe de Estado -, me parece sobressalente ver que os gastos republicanos chegaram em 2004 aos gritantes R$ 372,8 (1,5 milhão por dia útil de trabalho). Para quem acha que já não basta, os negos tiveram a cara-de-pau de aprovar isso. É, mais gastos. Essa é a plena democracia e igualdade constitucional de direitos daqueles que defendem a tese de que a família Imperial é um grupinho-não-escolhido-de-privilegiados, enquanto muitos vivem do "frio, fome e miséria" e toda aquela empalhação intrínseca da cartilha republicana moderna. Além, claro, dos "desprivilegiados", como nossos ministros, juízes, parlamentares, presidentes (e suas respectivas viúvas e familiares, que sempre que podem tiram uma casquinha do governo).

Os dados atrasados de 2004 apontam que a República Brasileira custava - e nem quero saber hoje - cerca do quíntuplo da monarquia do Reino Unido, já que esta, ano passado, custou aos cofres públicos ingleses entre R$ 75-80 milhões. Obviamente, esses valores não correspondem à dotação do presidente ou Rainha, e sim aos gatos pertinentes a manutenção, compras, serviços, etc... E mais interessante ainda é saber que no website oficial Monarquia Inglesa se pode ver com detalhes o custo anual necessário para mantê-la, ao contrário de nós, que não temos acesso a sequer um dado no website oficial da República Brasileira.

Não são poucos os exemplos de monarquias que, comparados seus gastos com os nossos, dão inveja. Monarquia Espanhola; entre 25 milhões. Monarquia Sueca; 32 milhões. Belga; 29 milhões. Holandesa; 38 milhões.

E ainda tenho que ler em livros didáticos que estamos no apogeu da democracia brasileira, e que nossos imperadores não foram mais que ladrões, déspotas e mulherengos. Mas, Viva a igualdade, Viva a República Brasileira!

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